
Estudo na íntegra: https://www.purecolloids.co.uk/wp-content/uploads/2023/01/silver-nps-viruses.pdf
(Tradução do resumo do artigo científico):
Na cruzada pelo desenvolvimento de medicamentos para a terapia de doenças virais, o surgimento de cepas virais resistentes e os efeitos colaterais adversos associados ao uso prolongado representam enormes obstáculos difíceis de contornar. Portanto, esforços de pesquisa multidisciplinares, integrados com abordagens clássicas de epidemiologia e clínicas, são cruciais para o desenvolvimento de antivirais aprimorados por meio de estratégias alternativas. A nanotecnologia surgiu oferecendo a oportunidade de reexplorar as propriedades biológicas de compostos antimicrobianos conhecidos, como metais, através da manipulação de seus tamanhos.
Nanopartículas metálicas, especialmente as produzidas com prata ou ouro, demonstraram exibir atividade virucida contra um amplo espectro de vírus e certamente reduzir a infectividade viral de células cultivadas. Na maioria dos casos, uma interação direta entre a nanopartícula e as proteínas de superfície do vírus pôde ser demonstrada ou hipotetizada. O problema intrigante a ser resolvido é entender o local exato de interação e como modificar as características da superfície da nanopartícula para um uso mais amplo e eficaz. Além da interação direta com glicoproteínas de superfície viral, as nanopartículas metálicas podem ganhar acesso à célula e exercer sua atividade antiviral através de interações com o genoma viral (DNA ou RNA).
Além disso, o compartimento intracelular de uma célula infectada está superlotado por fatores codificados viralmente e celulares do hospedeiro que são necessários para permitir a replicação viral e a produção adequada de vírions progenitores. A interação das nanopartículas metálicas com esses fatores, que são a chave para uma replicação viral eficiente, pode também representar um mecanismo adicional de ação.
A maior parte da literatura publicada descreve a atividade antiviral de nanopartículas de prata ou ouro contra vírus envelopados, com genoma de DNA ou RNA. Considerando que um dos principais argumentos em favor da eficácia das nanopartículas analisadas é o fato de que, em virtude de sua forma e tamanho, podem interagir com partículas virais com um arranjo espacial bem definido, a possibilidade de nanopartículas metálicas serem ativas contra vírus não envelopados parece atraente. Além disso, já foi comprovado que tanto nanopartículas de prata quanto de ouro podem ser usadas como material de núcleo. No entanto, ainda não há relatos disponíveis sobre o uso de outros metais, mas o futuro reserva muitas surpresas, especialmente considerando que as moléculas de revestimento que poderiam ser investigadas são virtualmente ilimitadas.
No entanto, para que as nanopartículas metálicas sejam usadas em regimes de tratamento terapêutico ou profilático, é crucial entender a toxicidade in vivo e o potencial para sequelas a longo prazo associadas à exposição a esses compostos. Pesquisas adicionais são necessárias para determinar como projetar, usar e descartar com segurança produtos contendo nanomateriais metálicos sem criar novos riscos para os humanos ou o meio ambiente.